quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A FALTA DE GESTÃO, É INIMIGA DA PERFEIÇÃO.

O provérbio é “A pressa é a inimiga da perfeição”, fiz uma adaptação para o que quero dizer , mas é claro que a perfeição não existe, o uso do termo está mais para o que o poeta Gilberto Gil diz na canção “Meio de Campo”, “...Eu continuo aqui mesmo aperfeiçoando o imperfeito, dando tempo, dando um jeito, desprezando a perfeição, que a perfeição é uma meta, defendida pelo goleiro ...”. 

No mundo prevencionista brasileiro é comum se falar de gestão, muito disto em função de três fatores: cobrança de resultados (ex: FAP, Acidentes, Infrações de NR, ...), das Normas Regulamentadoras já publicadas e também agora pela expectativa de itens específicos sobre Gestão na NR 01.

Entretanto como o dia a dia do SESMT é muito intenso, cheio de problemas para resolver, fazendo com que eles fiquem imersos neste contexto, sem tempo para buscar referenciais e alternativas para estas situações. 

Quebrando o paradigma de se buscar coisa pronta, o negócio é garimpar, sempre “de olho” na maturidade de SST da sua organização, para se ter uma ideia clara do que pode ser experimentado para minimizar os “erros” da Gestão de SST.

Começando o garimpo recomendo alguns referenciais que estão no site da ISO, que sempre tem várias dicas que podem ser usadas como base.     


Figura: www.iso.org

 Na figura 1 temos uma parte do site da ISO, do lado direito estão as Normas chamadas Populares, as mais conhecidas são: 9001 (Qualidade), 14000 (Ambiental), 26000 (responsabilidade Social), 22000 (Segurança Alimentar), etc. 

No entanto o maior interesse da SST é o Risco e sua Avaliação, por isto no site da ISO, tem uma que merece destaque e está no topo das Normas Populares, que é a ISO 31000, que no Brasil foi traduzida pelo CB da ABNT como, NBR ISO 31000 – Gestão de Riscos - Princípios e diretrizes. A norma define risco como, “efeito da incerteza nos objetivos” e depois passa a explicar o que é efeito, o que é incerteza e diz que os objetivos podem ser financeiros, saúde e segurança e ambientais. Assim esta Norma passa a ser o referencial de Risco, pois serve para a gestão integrada da organização. 

Ao clicar em ISO 31000, aparece o artigo “The risk management toolbox”, de Maria 

Lazarte & Sandrine Tranchard, postado em 15 Março 2010. Ao comentar o que a norma pode proporcionar, cita:


“.... é projetada para ajudar as organizações a:

· Aumentar a probabilidade de atingir os objetivos 

· Incentivar a gestão pró-ativa 

· Esteja ciente da necessidade de identificar e tratar riscos em toda a organização 

· Melhorar a identificação de oportunidades e ameaças 

· Cumprir os requisitos legais e regulamentares e as normas internacionais 

· Melhorar o relatório financeiro 

· Melhorar a governança 

· Melhorar a confiança dos stakeholders e confiança 

· Estabelecer uma base confiável para a tomada de decisão e planejamento 

· Melhorar os controles 

· Alocar e utilizar os recursos para o tratamento de risco 

· Melhorar a eficácia operacional e eficiência 

· Melhorar a saúde e desempenho de segurança, bem como a proteção do ambiente 

· Melhorar a prevenção de perdas e gerenciamento de incidentes 

· Minimizar as perdas 

· Melhorar a aprendizagem organizacional 

· Melhorar a resiliência organizacional.”


Um complemento para a ISO 31000, é a ISO Guide 73:2009: Gestão de riscos - Vocabulário, ela fornece um conjunto de termos e definições relativas à gestão de risco. 

Outro novo paradigma é a Norma ISO/IEC 31010, ainda não traduzida para o português que apresenta um matriz para seleção de ferramentas de análise de risco, dentro dos critérios do Processo de Gerenciamento de Risco. 

No processo de seleção de cara ferramenta, usa três critérios: fortemente aplicável, aplicável e não aplicável, para os seguintes fatores: identificação, probabilidade, consequência, nível de risco e avaliação. 

No seu site a ISO faz a seguinte abordagem para as duas normas: 

A ISO 31000:2009, Gestão de Riscos - Princípios e diretrizes, que está traduzida no Brasil pela ABNT, com o título de NBR ISO 31000:2009, trata dos princípios, apresenta o processo de gestão de risco. Ela pode ser usada por qualquer tipo de organização independentemente do seu tamanho atividade ou sector. Ela pode ajudar as organizações a aumentar a probabilidade de atingir seus objetivos, melhorar a identificação de oportunidades e ameaças e efetivamente alocar e usar os recursos para o tratamento de risco. Organizações que a adotarem podem comparar as suas práticas de gestão de risco com uma base tecnica de referência reconhecida internacionalmente, proporcionando bons princípios para uma gestão eficaz e governança corporativa. 

A outra base é a ISO / IEC 31010:2009, Gestão de riscos - Técnicas de avaliação de risco. Esta norma concentra-se na avaliação de risco, propriamente dita, inclusive disponibiliza para cada Ferramenta, quais os dados necessários na entrada para análise, seu uso, pontos fortes, limitações da ferramenta e o resultado final da análise. A Avaliação de riscos ajuda na tomada de decisão e a compreender os riscos que possam afetar a realização dos objetivos, bem como a adequação dos controles já existentes.


Fonte: www.iso.org

O passo a passo do processo de Gerenciamento de Risco está na figura 2.

Figura 2: O processo de Gerenciamento de Risco (fonte: ISO 31000, 2009)
  
Na figura 2 estão os elementos para o processo de Gerenciamento do Risco. O início é quando se estabelece o contexto, no nosso caso SST, depois vem a identificação do risco, seguindo o fluxo, temos a análise do risco, que é onde vamos estimar o risco, estabelecer probabilidade X consequência, estabelecer um Nível de Risco e as Medidas de Controle necessárias. O próximo passo é a Avaliação do Risco, que é a tomada de decisão, se o risco precisa ou não ser tratado, se resposta for sim, parte-se para o tratamento do risco. Note-se que as duas colunas laterais estão inter-relacionadas (seta de duplo sentido) e alinhadas a cada passo do processo, de um lado o monitoramento e as revisões e do outro a comunicação e a consulta. 

Risco e Análise de Risco estão na ordem do dia e você não pode deixar de aplicar esses conceitos destas duas Normas da ISO, para implementar melhorias ao seu processo, integrando uma Gestão de SST, mais robusta e forte, mas principalmente vigilante em todo o tempo e espaço. 

O poeta Paulinho da Viola já dizia “As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender”. Lembre-se disto e tente fazer o seu melhor. 

Traduza este texto para sua realidade e faça comentários eu gostaria de recebê-los. 

Abraços 

ARmando Campos

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