quarta-feira, 2 de junho de 2010

Realidade cotidiana de nossas ruas

Quando não estou em atividades de Consultoria de Segurança e Saúde no Trabalho - SST e nem ministrando aulas do mesmo tema, sou um cidadão do mundo, que vai à locais públicos, que vira a cada esquina de rua, com o sentimento do desconhecido, do que há por vir, apesar do que hoje em dia nossas ruas não estão tão seguras assim. Isto se repete em locais públicos, pessoas são mortas em cinema por atirador saído do nada, pessoas são esfaqueadas em supermercados, só para citar alguns exemplos. Todos os dias na televisão surgem notícias de estupro, de assaltos de assassinatos em série, pedofilia, dentre outros, temas tão desagradáveis, que em geral, buscamos o refúgio do lar e usamos as alternativas (pelo menos as minhas) que nos restam se queremos ficar em casa, ou mudamos de canal ou vamos ler um bom livro, ou ouvir uma boa música, ou vamos orar, ou vamos amar, ou vamos aos afazeres domésticos, no meu caso invariavelmente acabo me dedicando ao trabalho.

A minha relação com a SST é de missão e eu quando saio as ruas ou vou à locais públicos sou um observador contumaz do cotidiano delas/es. E acabo vendo várias coisas que são a negação de tudo que aprendi, neste caso faço uso do celular e bato fotos do que me surpreendeu, e que agora passo a dividir com vocês, vamos exemplificar com fotos, conforme segue:

Situação 1 (Foto 1):
Local: Esquina da Rua Teodoro Sampaio
Cidade: São Paulo/SP
Atividade: Serviço em GaleriaDetalhe: Galeria aberta, isolada com cones, escada posicionada e ninguém por perto
Continuação da Situação 1 (Foto 2):
Detalhe: Trabalhador dentro da Galeria, trabalhando sozinho

Violação: Subitem 33.3.4.4, da NR 33
“É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma individual ou isolada






Situação 2 (Foto 3):

Local: Rua Fradique Coutinho
Cidade: São Paulo/SP
Atividade: Serviço de reparo em fachada de loja com o uso de andaime
Detalhe: A área não está isolada, pedestres passam pelo que sobrou da calçada, o trabalhador está em cima de tábua, sem que o piso do andaime esteja completo

Violações: Itens da NR 18
18.15.3 O piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, antiderrapante, ser nivelado e fixado de modo seguro e resistente.

18.15.9 O acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura.





Situação 3 (Foto 4):

Local: Laboratório Clínico
Cidade: Belém/PA
Atividade: Coleta de sangue
Detalhe: Usuários aguardavam numa sala de espera, em frente as cadeiras deveria ter dois Extintores Portáteis só tinha um, o outro gancho estava vazio.

Violações: Itens NR 23
23.1.1 Todas as empresas deverão possuir:
a) proteção contra incêndio;
c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;

23.15.1 Nas ocupações ou locais de trabalho, a quantidade de extintores será determinada pelas condições seguintes, estabelecidas para uma unidade extintora conforme o item 23.16.







Situação 4 (Foto 5):

Local: Supermercado

Cidade: Niterói/RJ
Atividade: Área de passagem de carrinhos com compras
Detalhe: Carrinho com compras foi estacionado por cliente e ninguém tomou a providência de tirá-lo do local. Ele ficou durante horas impedindo o acesso ao extintor.

Violação: NR 23

23.17.7 Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais.






Se você caminhar pelas ruas e por locais públicos com máquina fotográfica, também vai registrar situações similares ou diferentes, mas sempre uma violação que coloca em risco gente, um ser humano da melhor qualidade e indefeso.

Definitivamente SST não está na ordem do dia das pessoas. Acidentes acontecem e vão continuar acontecendo até que alguém mude este olhar e que passe a existir um esforço coletivo das pessoas para mudar este paradigma, que está aí desde muito tempo.

Enquanto este dia não chega é melhor cantar aqueles versos da música, “Prá rua me levar” da Ana Carolina e do Totonho Villeroy, que diz assim:

“Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar este lugar
Eu vou lembrar você.

É, mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir.”
Nota: Todas as fotos tiradas do celular de Armando Campos

Um comentário:

Anônimo disse...

Como se não bastasse os casos apresentados, agora também somos surpreendidos por bueiros que explodem. Exemplo recente acontecido em Copacabana no Rio de Janeiro onde dois turistas americanos sairam feridos.Pelo que andei pesquisando, os casos são mais comuns do que imaginamos.

Flávio (Tec. Seg Trabalho)