quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O QUE IMPORTA É NOSSA ALEGRIA VAMOS VIVER, E CANTAR NÃO IMPORTA QUAL SEJA O DIA...

No título faço uso de uma frase da música “Céu Azul”, do Charlie Brown Júnior. No trecho da música escolhido, diz assim: “...fica comigo então, não me abandona não. Alguém te perguntou como é que foi seu dia? Uma palavra amiga, uma noticia boa, isso faz falta no dia a dia, a gente nunca sabe quem são essas pessoas. Eu só queria te lembrar, que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós, eu estava errado e você não tem que me perdoar, mas também quero te mostrar, que existe um lado bom nessa história, tudo que ainda temos a compartilhar. E viver, e cantar, não importa qual seja o dia, vamos viver, vadiar, o que importa é nossa alegria, vamos viver, e cantar, não importa qual seja o dia, vamos viver, vadiar, o que importa é nossa alegria , ....”.

Ele sintetiza bem o tema que iremos abordar nesse Blog, que está baseado em um Nota Técnica de Procedimentos do Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo, da Espanha, a NTP nº 1008 de 2014, que tem como título “Lugares excelentes para trabajar”.

Alguns acham difícil que esta excelência seja possível de ser conseguida, apesar de já termos exemplos em algumas empresas instaladas no Brasil. Esta NTP é uma prova disto, pois “sintetiza o Modelo Internacional “Great Place to Work – GPTW”, que tem mais de dez anos de implementado na Europa e que tem sido uma das referências no processo de construção da excelência nos locais de trabalho. Nele são descritas as características essenciais que são tratadas desde a perspectiva dos trabalhadores e da própria empresa e finalmente é realizada a primeira aproximação para identificar a possível contribuição para uma intervenção psicossocial, fruto da avaliação dos riscos psicossociais, para a tal excelência nas organizações (NTP 1008/2014)”. 

Eu recomendo a leitura desta NTP, até porque não há espaço para um comentário analítico com densidade devido o espaço do blog. O importante é que ela contribua para alicerçar alguns conceitos e formas de abordagem, que traduzidas para a nossa realidade são exequíveis de serem praticadas. 

Vou restringir esse texto a duas figuras emblemáticas que traduzem os elementos do modelo e além disto não vou me pautar ao texto da NTP, vou sim fazer uma leitura livre das figuras, do que elas representam e qual a energia que deve ser colocada para que tudo se alinhe e se torne possível. Na figura 1 temos os Elementos Fundamentais do Modelo GPTW do ponto de vista do trabalhador.



Figura 1: Elementos fundamentais do Modelo GPTW do ponto de vista do trabalhador 
(Fonte: NTP 1008/2014) 


A figura 1 retrata a estrutura de um ser humano, que tem na cabeça o foco na “Credibilidade”, que aponta para um ser íntegro. No tórax o foco é na “Confiança” de quem acredita no que faz. Na respiração o “Trabalhador”, que precisa de oxigênio e irrigação suficiente para se relacionar com os Chefes, com os seus companheiros e com a atividade que realiza. Nas mãos dois focos a “Imparcialidade” e o “Respeito”, condições indispensáveis para um excelente clima organizacional. Nos pés o foco na “Camaradagem” e no “Orgulho”, de quem é o “dono” do seu local de trabalho e que trabalha e prospera com união, valorizando o trabalho em equipe e as relações estreitas de afeto, de dividir tarefas, de ter uma postura convergente para se alcançar os objetivos. 

Na figura 2 temos os Elementos Fundamentais do Modelo GPTW do ponto de vista da empresa.


Figura 2: Elementos fundamentais do Modelo GPTW do ponto de vista da empresa 
(Fonte: NTP 1008/2014)

A figura 2 apresenta os elementos fundamentais para que a empresa busque a excelência. No topo a “confiança”, todos devem acreditar que a proposta é verdadeira, que há um bom propósito e que isto vai fortalecer a empresa num mercado competitivo. Na linha de baixo há três linhas de ação: Objetivos; Trabalho em Equipe e Envolvimento. Com relação aos objetivos eles devem ser ousados e para que eles aconteçam, será necessário muita Inspiração, Comunicação em tempo real e saber ouvir os trabalhadores. No trabalho em equipe, deve se fortalecer a idéia de que ações individuais tem pouca consistência, o voo deve ser coletivo, para evitar desgastes desnecessários de energia, paralelo a isto a contratação deve ser criteriosa dentro de um perfil pré definido e por fim de cada conquista deve ser celebrada, independente de seu tamanho. A terceira ação é uma convocação para que cada um se doe ao projeto, de forma estimulada e acreditando que se cada um fizer seu papel, os objetivos serão atingidos, é claro que a reciprocidade da empresa deve estar no suporte que abranje o desenvolvimento, o agradecimento e o cuidado individual e/ou coletivo. 

No Brasil o “Great Place to Work – GPTW” não está difundido, a proposta de comentar sua existência é mostrar que existem alternativas, que podem ser experimentadas, adaptadas e melhoradas. Nela não há muitas novidades, ao contrário várias empresas já atuam com alguns desses elementos, talvez não da forma que está apresentada e organizada nesta NTP, mas que evidenciam aprendizados e estímulos para que se busque a excelência. Afinal “o que importa é nossa alegria, vamos viver, e cantar, não importa qual seja o dia”. 

Traduza este texto para sua realidade e faça comentários eu gostaria de recebê-los.

Abraços,

ARmando Campos


Referência

INSHT. NTP 1008: Lugares excelentes para trabajar. Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo. España, 2014. http://www.insht.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/NTP/NTP/Ficheros/1008a1019/ntp-1008.pdf